04/10/06

Serviço Público

Num fim de noite como outro qualquer, estava o puto à frente da televisão quando de repente, com espanto, observou, “A RTP1 está a fazer Serviço Público”.

O programa consistia numa entrevista com uma mente livre, Maria Filomena Mónica, completamente desconhecida para ele, até à data. Senhora que, com uma clareza incrível, abordava o tema da educação que condicionou todas as gerações, desde o século XIX até agora, formando não pessoas independentes, criativas e aventureiras, mas sim, singulares ou colectivas, pessoas dependentes do Estado. Curiosamente, Estado, que neste momento, quer emagrecer.

Mudando de assunto, a entrevistada fala da sua procura por uma identidade portuguesa nos vários estratos sociais, que se mostrou infrutífera. Resultado este, que ao ser exposto, fez transparecer um sentimento de frustração. Como alguém que sente a miséria espiritual e intelectual do nosso país.

O puto achou esta entrevista muito interessante, porque desde cedo se apercebeu das limitações da sociedade portuguesa, devido a termos vivido “orgulhosamente sós” durante tempo a mais e de todas as consequências que daí adviram. E isso reflecte-se nos nossos avós e nos nossos pais e por muito que custe, em nós próprios.

Posto isto, é claro que o puto já pensou em emigrar, mas depois fica aquele sentimento de culpa de ter o conhecimento que as coisas estão mal e como tal, faz-se o mais fácil, que é virar as costas. Mas que mais pode o puto fazer? Visto que o mal já foi feito e também ele foi afectado pelo sistema, o puto tenta, continuamente, reinventar-se.

Mas como cidadão do mundo, é só surgir a oportunidade…

3 comentários:

Anónimo disse...

Sim, a solução é reinventarmo-nos. Gosto de viver em Portugal, com todas as limitações, burocracias e maus políticos, mas gosto. Porém, e se me surgisse a oportunidade, eu faria as malas. Mais. Podes estar contra o sistema, barafustar, mas acredita que não vale a pena. Vamos ser lógicos. Um só não faz a diferença. E como não há união dentro do povo português, assim continuaremos.

Boris disse...

Eu também gosto de viver em Portugal, sem desastres naturais, clima ameno, mas sem haver uma identidade, ou outro factor de confluência, como pode existir união?

Anónimo disse...

a razao niguem ta tira mas nao axo q imigrar seja virar costas ao pais temos grandes empresarios q eram grandes emigrantes.....eu possivelmente vou seguir esse caminho