29/09/06

Amigos

Longe vão os tempos em que todos os amigos do puto não passavam um dia sem aparecer lá em casa.

A tertúlia passou da dezena, algumas vezes. Desde jantares, passagens de ano, noites loucas, tudo aconteceu na casa do puto. Havia dias que se levantava e havia pessoal a dormir no chão, a casa varrida por um tornado, mas com a certeza de todos, que a noite anterior tinha sido a melhor de sempre.

“Posso aparecer aí puto?”, "Põe aí o jogo", “Bora ver o futebol na TV?”, “Puto, dá para nos emprestares um quarto por meia hora?”

O puto nunca soube dizer “não” a quem estima. E pensa ele “Se a minha casa falasse…”.

A casa do puto foi o palco de todas as descobertas, para ele próprio e para todos os que o rodeavam. O puto era e é feliz em ver os outros felizes e a divertirem-se.

No entanto, conforme o tempo foi passando, todos os aliciantes da companhia do puto parecem ter desaparecido. Talvez por todos já terem as diversões que gostam na própria casa, por já haver dinheiro para ir para o café ver a bola ou para pagar um motel. Ou simplesmente pela rotina que implica ser adulto e ter responsabilidades.

E agora? Que mais o puto pode fazer? Será que é a vez deles mostrarem algum agradecimento, retribuindo de alguma forma?

Tudo o que o puto deu e fez, nunca foi com o objectivo de receber nada em troca, simplesmente a casa agora parece gigante para ele só. Mas mais vale só que mal acompanhado... Valerá?

3 comentários:

Espalha Brasas disse...

Puto, em primeiro lugar, altera a forma de comentar no teu blogue. Tenho que esperar que autorizes os comments e isso demora bué tempo. Mas tudo bem.
Em segundo lugar, lembro-me das vezes (poucas, porém) que fiz parte dessas festanças na tua casa. Belos tempos!

Boris disse...

Sugestão aceite e efectuada.

Poucas mas boas. A porta sempre esteve e continuará aberta para quem "não consegue parar de rir".
;)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.