09/11/07

Cigarrinho

Desde a inserção de mensagens sobre os malefícios do tabaco nos maços, tenho observado um fenómeno bastante interessante.

Para grande parte dos fumadores deixou de haver “cigarros”, passando a lhes atribuir nomes muito mais queridos e fofinhos como o já famoso “cigarrinho”.

Mas não se ficam por aqui, além do “cigarrinho” pequeno, carinhoso e inofensivo, temos também o “night” (se é assim que se escreve), expressão antiga mas que ganhou novo fulgor, o “cigarret” ou somente “garret” uma fusão de “cigarro” com “Almeida Garret”, logo com nível e estilo, já ouvi inclusivamente “cigarretto” fazendo uma alusão a um italianismo que está bem na moda através por exemplo do George Clooney fazer anúncios publicitários a vermute e cafés expresso, e muitos mais nomes que não vou enumerar.

Agora o “CIGARRO” que acaba em “ARRO” e que provoca “catARRO”, cancro e imagine-se IMPOTÊNCIA, desapareceu como por magia. (Gostaram da ironia do cancro em minúsculas e a impotência em maiúsculas? Foi propositado eheheh)

Num passado ainda recente a expressão “vou ali fumar um cigarro” era banal. Agora é “Vou SÓ ali fumar um CIGARRINHO”. Chamo particular atenção para o “SÓ” que dantes não existia. Fazendo como uma alusão à simplicidade e à inocência do acto.

Esta constatação só me leva a concluir que as pessoas gostam de ser enganadas e, neste caso, são por elas próprias.

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade! Confirmo e reitero o que aqui foi escrito.

Bem vindo de volta Puto!