Tudo começava a 1 de Dezembro. E começava em grande.
A compra da árvore de Natal era das poucas actividades conjuntas com o pai e isso sabia bem a ambos. Pai e filho levantavam-se cedo e encostados ao muro da escola primária estavam os pinheiros.
Embora o puto já se preocupasse com a simetria da árvore, a escolha do puto recaía quase sempre na maior. É claro que o puto sénior, conhecido pelo puto como Pai, concordava com a decisão.
Uma vez compraram um pinheiro tão grande que dobrava no tecto. Tiveram de cortar a ponta para por a estrela no topo.
Por volta da hora de almoço já estava quase pronta. A tarde do primeiro dia do mês era passada a finalizar a árvore, decorar a casa e fazer o presépio.
A Mãe fazia sempre uns doces natalícios nesse dia e que bons que são. As primeiras prendas eram colocadas debaixo da árvore e o puto já depois de jantar ficava, na sala às escuras, deitado no sofá, a observar as luzes e as decorações na árvore.
Os primeiros dias do mês, eram de ânsia. A ânsia de ter mais prendas em volta do presépio e do dia de consoada que nunca mais chegava.
Depois chegavam as férias. Espectáculo. Brincar o dia todo, ver desenhos animados. A televisão debita rodos de anúncios para as crianças entre programas e por mais estranho que pareça, quando surgia a pergunta “Filho, que queres que o Menino Jesus te traga?”, a resposta, a mesma de sempre “não sei…”. Ele queria mesmo que o dia chegasse e rápido.
E o esperado dia chega. A azáfama da Mãe e irmãs na cozinha, o Pai de um lado para o outro sem saber o que fazer, mas a querer ajudar. Chegam os primeiros, é a Avó com um casal de Tios e… os primos da idade do puto. Começa a festa, brincadeira, sonhos, mais primos, rabanadas, mais brincadeira, a casa cheia e a consoada.
Naquela altura o puto não era grande fã de bacalhau, mas naquele dia até sabia bem. De seguida, o costume transmontano que ele sempre apreciou, o polvo. E depois, adivinhem. Mais sonhos, mais rabanadas, mais brincadeira com aquela gente toda que só nos quer bem.
Quando de repente, “Meninos! Está na hora!”. A louca correria até à árvore parecia não ter fim, embora fosse só de um dos quartos até à sala. O Tio João, todos os anos Pai Natal de serviço, já estava sentado ao lado da árvore. Mas não era um Pai Natal qualquer. Ele não se limitava a entregar a prenda e a dizer quem a dava. Ele punha toda gente a rir com as suas piadas. A árvore apinhada de prendas e ele conseguia criar um momento deliciosamente ilariante para cada uma.
O puto é claro que gostava de receber as prendas. Mas prendas, ele recebia várias durante o ano. Aquele dia era mais que isso. Embora em tenra idade, ao ver toda a família reunida e feliz, ele percebia que, na realidade, aquele dia era único.
Como não sabe ver o futuro, o puto apenas começou este texto para mostrar a diferença entre o Natal passado e presente. Mas, gostou tanto de contar o passado que teve a impressão que a história ficaria triste se contasse o presente. Como tal, ficasse apenas com um conselho para que o vosso Natal não seja como o dele no presente.
"Eu sei que “o Natal é quando Homem quiser”, mas o Homem anda o ano inteiro à procura da sua própria subsistência que se esquece de fazer o Natal.
Se o conceito “família” vale algo para vós. Nesta época, esqueçam as diferenças entre familiares. Não porque nasceu o menino, não porque nasceu o catolicismo, mas porque é o dia da família, para a família." – O Puto
Para todos um Santo e Feliz Natal.
A compra da árvore de Natal era das poucas actividades conjuntas com o pai e isso sabia bem a ambos. Pai e filho levantavam-se cedo e encostados ao muro da escola primária estavam os pinheiros.
Embora o puto já se preocupasse com a simetria da árvore, a escolha do puto recaía quase sempre na maior. É claro que o puto sénior, conhecido pelo puto como Pai, concordava com a decisão.
Uma vez compraram um pinheiro tão grande que dobrava no tecto. Tiveram de cortar a ponta para por a estrela no topo.
Por volta da hora de almoço já estava quase pronta. A tarde do primeiro dia do mês era passada a finalizar a árvore, decorar a casa e fazer o presépio.
A Mãe fazia sempre uns doces natalícios nesse dia e que bons que são. As primeiras prendas eram colocadas debaixo da árvore e o puto já depois de jantar ficava, na sala às escuras, deitado no sofá, a observar as luzes e as decorações na árvore.
Os primeiros dias do mês, eram de ânsia. A ânsia de ter mais prendas em volta do presépio e do dia de consoada que nunca mais chegava.
Depois chegavam as férias. Espectáculo. Brincar o dia todo, ver desenhos animados. A televisão debita rodos de anúncios para as crianças entre programas e por mais estranho que pareça, quando surgia a pergunta “Filho, que queres que o Menino Jesus te traga?”, a resposta, a mesma de sempre “não sei…”. Ele queria mesmo que o dia chegasse e rápido.
E o esperado dia chega. A azáfama da Mãe e irmãs na cozinha, o Pai de um lado para o outro sem saber o que fazer, mas a querer ajudar. Chegam os primeiros, é a Avó com um casal de Tios e… os primos da idade do puto. Começa a festa, brincadeira, sonhos, mais primos, rabanadas, mais brincadeira, a casa cheia e a consoada.
Naquela altura o puto não era grande fã de bacalhau, mas naquele dia até sabia bem. De seguida, o costume transmontano que ele sempre apreciou, o polvo. E depois, adivinhem. Mais sonhos, mais rabanadas, mais brincadeira com aquela gente toda que só nos quer bem.
Quando de repente, “Meninos! Está na hora!”. A louca correria até à árvore parecia não ter fim, embora fosse só de um dos quartos até à sala. O Tio João, todos os anos Pai Natal de serviço, já estava sentado ao lado da árvore. Mas não era um Pai Natal qualquer. Ele não se limitava a entregar a prenda e a dizer quem a dava. Ele punha toda gente a rir com as suas piadas. A árvore apinhada de prendas e ele conseguia criar um momento deliciosamente ilariante para cada uma.
O puto é claro que gostava de receber as prendas. Mas prendas, ele recebia várias durante o ano. Aquele dia era mais que isso. Embora em tenra idade, ao ver toda a família reunida e feliz, ele percebia que, na realidade, aquele dia era único.
Como não sabe ver o futuro, o puto apenas começou este texto para mostrar a diferença entre o Natal passado e presente. Mas, gostou tanto de contar o passado que teve a impressão que a história ficaria triste se contasse o presente. Como tal, ficasse apenas com um conselho para que o vosso Natal não seja como o dele no presente.
"Eu sei que “o Natal é quando Homem quiser”, mas o Homem anda o ano inteiro à procura da sua própria subsistência que se esquece de fazer o Natal.
Se o conceito “família” vale algo para vós. Nesta época, esqueçam as diferenças entre familiares. Não porque nasceu o menino, não porque nasceu o catolicismo, mas porque é o dia da família, para a família." – O Puto
Para todos um Santo e Feliz Natal.
3 comentários:
Já vai atrasado, mas vai na mesma.
Um feliz natal puto!
Excelente post.
e já agora um ano ainda melhor!!! lol
Não sabia que o meu amigo Hugo tinha tanto jeito para a escrita! Adorei o conto do Puto e agora vou ler mais! Bjs Té
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